domingo, 13 de março de 2016

CONSIDERAÇÕES DE VEXILOLOGIA — BANDEIRA MARANHENSE


O engenheiro, escritor e poeta maranhense, natural de Guimarães, Joaquim de Sousa Andrade, aos 57 anos criou a bandeira do Maranhão à semelhança da bandeira americana. Se vivo fosse, quiçá, sentisse arrepios se visse a mácula que impingiram ao pavilhão das nossas raças, que com tanto esmero concebera. 
De um certo tempo para os dias atuais notei, com repulsa e desconforto visual, um defeito enxertado na bandeira maranhense, trata-se de uma barbeiragem estética, que de tão grosseira faz parecer que o painel azul da estrela solitária está prestes a cair, isso mesmo: parece que virá a despencar da bandeira! Um defeito que está ‘propagado’ por todos os meios e mídias.
Todavia, isso não é obra e nem tem vestígio de vexilógrafo, competente, menos ainda! Parece-me mais uma impulsão estético/artística inconsequente de alguém ou corporação que deve ter arbitrado por (re)estilizar a estrutura geométrica da bandeira maranhense. Esse defeito impõe aos alunos em idade escolar um esforço a mais ao desenhar nossa bandeira — dividir ao meio a altura da flâmula, e, desse modo, implantar um defeito no conjunto estético da bandeira que já foi perfeita.

Em todo o universo e culturas os processos de mudanças são constantes, a evolução é um atributo inerente à vida e a tudo que nos cerca, quando se trata de evolução de procedimentos humanos a tendência vigente é de que seja para melhor, caso contrário chama-se retrocesso. Criação e alterações de símbolos estaduais devem ser apreciadas pelas assembleias estaduais, E se, de fato, esse (re)desenho da bandeira maranhense foi aprovado em sessão realizada na Assembleia Legislativa do Maranhão, só tenho a dizer que é um fato lamentável o qual eu desconheço, até então. Com essa mudança não avançamos para melhor. Isso impõe riscos estéticos a outros símbolos tais como: brasões, flâmulas e outras bandeiras de cidades do Maranhão que foram inspiradas no pavilhão magno maranhense.
O fato é que essa ‘nova bandeira’ está flanando e tremulando em todos os cantos. E, quem sou eu para questionar tal fato? Esse é o aspecto menos importante nesse argumento — apenas digo que cabe aos artistas e formadores de opinião observarem a tudo e os decodificarem aos demais.
Por certo, muita gente sequer se apercebeu de tal mudança na bandeira, outros jamais viram a bandeira ‘toda certinha’. Por outro lado, se o Ministério Público do Estado do Maranhão (MP-MA) não se manifestou contrário à "matéria", quem sou para me manifestar? Entretanto, vivemos sob a égide do estado de direito, e aqui pratico o que me compete: me manifestar, e dizer com todas as letras que, não somente o Sousândrade (Joaquim de Sousa Andrade) mas também o povo maranhense foi vilipendiado com essa mácula na bandeira que nos representa!
Por certo, alguém deve está questionando se há problemas realmente sérios com os quais deveriam, sobremaneira, se preocupar, em detrimento a esse questionamento. Pois vos digo: óbvio que sim. Entretanto, bandeiras, flâmulas e quaisquer símbolos pátrios são patrimônios públicos, são bens que nos pertencem e compete a nós que sejamos vigilantes quanto à depreciação das nossas instituições, sob pena de que venhamos a ser, em algum momento, desagradavelmente surpreendidos.
     Extraído do livro ‘Neverland - Esse lugar (não) existe!’ de Epitácio Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário