domingo, 4 de dezembro de 2016

FILHOS - GERENCIE A EDUCAÇÃO DELES

Certa vez, quando meus filhos eram pequenos, presenciei a mamãe auxiliando a lição do primogênito: “A galinha enrola alinha/ a linha se enrola na galinha.” Algo nesse gênero...
- Eu perguntei que música é essa?
- Não é música. É a lição de leitura, alfabetização. Disse a mamãe.
- Certamente ele já aprendeu as vogais, consoantes e sílabas. ...Não sei.
- Meu filho já sabe as vogais? Não...
- Na escola não lhe ensinaram as vogais?! Não.
Deixe-me ver esse livro. ...não tem a tábua de caracteres! Meu Deus, isto é construtivismo!
Com todo respeito ao psicólogo e epistemólogo suíço, Jean William Fritz PIAGET, eu não me permitiria deixar meus filhos a mercê de um mal aplicado e pessimamente repassado método de ensino, algo do tipo “meia-sola” do propalado construtivismo.
Foi-se o tempo em que no Brasil reinavam tabuadas e cartilhas de ABC, ferramental básico do método fônico, até hoje adotado e em pleno uso pelos países mais ricos do mundo, o construtivismo foi abraçado por países pobres, notadamente deveria ser para compensar atrasos cognitivos e evolução tecnológica, entretanto a adoção desse método em alguns países foi aplicada por mero modismo. Acertadamente alguns países valem-se do melhor do construtivismo e do sistema fônico e aplicam ao alunado o sistema misto. Certa vez uma comissão pleiteou ao então presidente estadunidense, Bill Clinton, que implantasse nos EUA o sistema fônico. Ele, então, inquiriu os solicitantes:
- Não entendo esses assuntos, mas como gestor eu pergunto: Que método nós usamos? Fônico. Essa foi a resposta.
- Quer dizer que nosso país cresceu ensinando nossas crianças com o sistema fônico? Foi.
- Para que eu tome uma decisão de tamanha importância eu preciso de avaliações técnicas apuradas a respeito da eficácia desses dois métodos de ensino o que está em vigor no nosso país e esse que ora me apresentam. Assim que os senhores tiverem com os dados em mão voltaremos a discutir o assunto. Tempos depois a comitiva de professores, desanimada reunira-se com o então presidente... o método de ensino não foi substituído.



Sabemos que educar filhos é fácil, entretanto, optar por um nível de qualidade da aprendizagem escolar é uma decisão que obrigatoriamente tem que ser acertada, requer gerenciamento apurado.
A educação no Brasil é um verdadeiro queijo suíço cheio de furos e falhas, sem ser necessariamente, saboroso e nutritivo. Alguns estudos apontam que o construtivismo bem-aplicado é eficaz – isso vale para qualquer método – entretanto, o construtivismo só funciona bem em países, regiões e/ou classes sociais em que as crianças tenham constante contato com a leitura. Em cenários, nos quais a relação das crianças com jornais e páginas de livros seja para outros usos, o método gera adolescentes com graves dificuldades de leitura e agudas falhas de cognição.
Voltemos à lição de casa: eu tenho um casal de crianças, que quando tinham, aproximadamente 6 e 4 anos, comecei a escrever livros de alfabetização e os submeti à apreciação deles.
- Papai trouxe esses livros.
- Legal!
- Bacana!
- O que acham que está faltando neles?
- Ligar as palavras. – Respondeu minha caçula elencando tópicos com os dedinhos abertos.
- Ligar as palavras. – Completou o primogênito.
- Vocês gostam de livros? Gostamos!
Desde então, passei a abastecê-los semanalmente com revistas instrutivas de recreação, livretos e coleções infantojuvenis. Eu não tinha certeza de que daria certo. Por outro lado, aos dez anos, minha filha já havia lido Ernest Hemingway, Voltaire, entre outros. O garoto gostava de figuras e tinha propensão por matemática.
Jamais soube se minhas atitudes surtiriam efeitos satisfatórios. Entretanto, pude aferir alguns resultados positivos quando a caçula enfrentou provas e ficou entre as cinco candidatas finalistas e, por fim, ao se submeter a uma redação logrou êxito à única vaga de emprego disponibilizada por um banco. Na entrevista que se seguiu a aprovação o interlocutor a inquiriu: Notamos que você escreve bem, a que se deve isso? É porque eu gosto de ler desde pequena. O primogênito, por sua vez, em detrimento a outros cem concorrentes, galgou êxito a única vaga do curso de engenharia civil de uma universidade federal.
Recentemente a caçula apresentou com louvor o TCC. Será, em breve, mais uma administradora brasileira.
Certa vez eu desenvolvi uma campanha publicitária para a Secretaria de Estado da Educação do Maranhão que tinha o mote “Educação básica. Todos começam por ela!” Essa frase é elementar. Porem, quando o assunto é a educação básica das nossas crianças. É preciso focar no raciocínio de Piaget: “Professor não é o que ensina, mas o que desperta no aluno a vontade de aprender.” Por outro lado, não basta escolher uma boa escola para ministrar o ensino escolar que aplica os fundamentos da leitura, da escrita, da aritmética e ciências sociais. Cabe, também, aos pais o papel de bom vigilante e de bom gestor na condução dos primeiros passos de cognição, absorção e compreensão do mundo.

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