Os sinais nos cercam e não abrimos mão deles. Tudo o que
fazemos, graficamente ou gestualmente é marcadamente sinalizado, ou
simplesmente, se usa algum tipo de sinal. Um beijo, por exemplo, pode ser representado
gestualmente por um biquinho labial seguido de um som sugado e prolongado. Em
nossas mãos a internet e os celulares se apresentam repletos de signos —
números, caracteres símbolos — além, é claro, os neo símbolos “emoticons”
gadgets e os tradicionais “asteriscos” e “jogo da Velha”.
A simbologia me fascina, e vez por outra, me pergunto: como
se chama esse ou aquele sinal?...as, desde quando passamos a usar esses
símbolos? Quem os inventou? O que significam? E quais são realmente os nomes
desses símbolos? Vamos por parte, como diria Jack, o estripador.
Começemos por elucidar um dos símbolos comuns dos
celulares...
Como se chama esse símbolo @ ?
Esse símbolo foi usado na Espanha, como unidade de medida, entre os anos de 1188 a 1230. Trata-se, portanto, de uma antiga unidade de medida de peso equivalente a 32 arráteis (cerca de 14,688 kg). Era um sinal pouco usado na escrita do dia a dia, por isso os programadores o utilizaram como um sinal gráfico ‘‘@’’ em informática nos endereços de e-mail com o sentido de 'em' (meu e-mail é do/está no/ google. Ex: meu-endereço@gmail.com) Também é usado para calcular custos de produtos agropecuários que são comercializados em peso por arroba (15 kg), tais como gado, café entre outros.
Esse símbolo foi usado na Espanha, como unidade de medida, entre os anos de 1188 a 1230. Trata-se, portanto, de uma antiga unidade de medida de peso equivalente a 32 arráteis (cerca de 14,688 kg). Era um sinal pouco usado na escrita do dia a dia, por isso os programadores o utilizaram como um sinal gráfico ‘‘@’’ em informática nos endereços de e-mail com o sentido de 'em' (meu e-mail é do/está no/ google. Ex: meu-endereço@gmail.com) Também é usado para calcular custos de produtos agropecuários que são comercializados em peso por arroba (15 kg), tais como gado, café entre outros.
Como se chama esse símbolo # ?
Quando você vê esse símbolo em uma partitura musical chame-no de Sustenido. Mas quando ele aparece no teclado do seu telefone chame-no de Tralha ou cerquilha, porém, tralha é o termo usual.
Eentretanto, esse singelo sinalzinho é popularmente chamado
de "jogo-da-velha".
Como se chama esse símbolo * ?
O nome desse símbolo, certamente, não é “O cu da velha”, em
oposição ao “jogo da velha” como se expressou um conhecido meu. Mas, sim
Asterisco (do latim asteriscum, do grego ἀστερίσκος, "estrelinha") é o nome do sinal de pontuação *,
usado geralmente para marcar uma referência de rodapé num texto.
Como se chama esse símbolo & ?
Os ingleses chamam esse sinal de "ampersand" e o mundo inteiro chamam-no simplesmente, de "E comercial". O ampersand é, antes de tudo, um monograma latino. Esse símbolo foi criado pelo escrivão e escritor, uma espécie de escriba da época, Marcus Tullius Tiro, tratava-se pois, de um escravo liberto, a quem é atribuída a invenção da taquigrafia, ele desenvolveu tal símbolo para representar a conjunção romana (latina) E + T = "et" ou seja, (a antecessora da nossa conjunção aditiva "e") e uma variante do atual et cetera (etc). Trata-se, basicamente, de uma ligatura técnica - combinação do desenho de duas letras para formar um único sinal, para quem escrevia à mão (os escribas ou escrivões) a usava para aumentar a velocidade do ofício da escrita. O "&" seria uma das muitas ligaturas criadas por Marcus Tullius Tiro, que era por ofício, secretário do grande político e orador romano, Cícero, que desenvolveu esse e tantos outros monogramas com a finalidade de acompanhar e registrar com maior rapidez os discursos e correspondências ditadas por seu senhor. Tiro, provavelmente foi o inventor do sinal de interrogação ‘‘?’’. Naquela época toda pergunta era seguida da palavra ‘‘quaestio’’ que siguinifica questionar, de tal modo, toda pergunta escrita ficava enorme, então houve uma redução e ficou assim: ‘‘qo’’, depois assim: . Agora, veja semelhança (?). Tiro é, notoriamente, considerado o avô da taquigrafia, por ter desenvolvido um método de traçado que ficou conhecido como "notação tironiana" e foi empregado no Ocidente por mais de mil anos. Voltemos ao ‘‘&’’. Embora o formato deste símbolo tenha evoluído até deixá-lo visualmente desvinculado do traçado original, em algumas famílias tipográficas ainda é possível perceber as letras que ele representa. Se tiveres no teu computador fontes como Book Antiqua (&)ou Lucida Handwriting (&), por exemplo, usa o itálico e vais ver nitidamente o "e" mesclado a um "t".
Os ingleses chamam esse sinal de "ampersand" e o mundo inteiro chamam-no simplesmente, de "E comercial". O ampersand é, antes de tudo, um monograma latino. Esse símbolo foi criado pelo escrivão e escritor, uma espécie de escriba da época, Marcus Tullius Tiro, tratava-se pois, de um escravo liberto, a quem é atribuída a invenção da taquigrafia, ele desenvolveu tal símbolo para representar a conjunção romana (latina) E + T = "et" ou seja, (a antecessora da nossa conjunção aditiva "e") e uma variante do atual et cetera (etc). Trata-se, basicamente, de uma ligatura técnica - combinação do desenho de duas letras para formar um único sinal, para quem escrevia à mão (os escribas ou escrivões) a usava para aumentar a velocidade do ofício da escrita. O "&" seria uma das muitas ligaturas criadas por Marcus Tullius Tiro, que era por ofício, secretário do grande político e orador romano, Cícero, que desenvolveu esse e tantos outros monogramas com a finalidade de acompanhar e registrar com maior rapidez os discursos e correspondências ditadas por seu senhor. Tiro, provavelmente foi o inventor do sinal de interrogação ‘‘?’’. Naquela época toda pergunta era seguida da palavra ‘‘quaestio’’ que siguinifica questionar, de tal modo, toda pergunta escrita ficava enorme, então houve uma redução e ficou assim: ‘‘qo’’, depois assim: . Agora, veja semelhança (?). Tiro é, notoriamente, considerado o avô da taquigrafia, por ter desenvolvido um método de traçado que ficou conhecido como "notação tironiana" e foi empregado no Ocidente por mais de mil anos. Voltemos ao ‘‘&’’. Embora o formato deste símbolo tenha evoluído até deixá-lo visualmente desvinculado do traçado original, em algumas famílias tipográficas ainda é possível perceber as letras que ele representa. Se tiveres no teu computador fontes como Book Antiqua (&)ou Lucida Handwriting (&), por exemplo, usa o itálico e vais ver nitidamente o "e" mesclado a um "t".
Como bem indica o adjetivo "comercial", o emprego
do "&" ocorre principalmente na denominação de pessoas jurídicas
(Carvalho & Filhos; Cardoso, Ribeiro & Cia) ou nos nomes comerciais
(Pão & Cia; Turismo & Cia; Forno, Fogão & Cia - a lista é
interminável). Não foi por acaso que Eça de Queirós intitulou de Alves &
Cia um de seus impiedosos romances sobre a falsa moral da burguesia lisboeta.
Nota-se, no entanto, que em todos esses exemplos poderíamos
optar por escrever simplesmente "Carvalho e Filhos", "Cardoso,
Carvalho e Cia" ou "Forno, Fogão e Cia", o que prova que o
"&" está ali como um vocábulo verdadeiro - uma conjunção - e não
como uma simples letra isolada. "Casseta e Planeta" ou "Casseta
& Planeta" são apenas duas variações para o mesmo tema.
No blog Devaneios Esporádicos, Luiz Carvalho postou o que se
segue: “Este sinal é uma espécie de monograma que foi criado em Roma para
representar a conjunção latina et (a mãe de nossa conjunção aditiva E). Em
manuscritos medievais e em obras editadas antes do século XIX, o & podia
aparecer combinado com a letra C, como forma equivalente à nossa abreviatura
atual etc. (&c). A prática foi abandonada, mas, por causa disso, em certos
meios ainda se acredita, erroneamente, que o nome do & seria um et
cetera".
A coluna O prazer das palavras do Jornal Zero Hora endossa o
seguinte: o que varia de língua para língua é apenas a sua denominação:
ampersand (Inglês), y (Espanhol), et, perluète ou esperluète (Francês), "e
comercial" (Português); o seu valor semântico, no entanto, é o mesmo em
todas essas línguas. Isso pode ser comprovado facilmente: quando o sinal é lido
em voz alta, corresponde à conjunção aditiva em cada idioma específico. Por
exemplo, uma referência como Marx & Engels será lida como "Marx and
Engels" por um inglês, "Marx et Engels" por um francês,
"Marx und Engels" por um alemão, "Marx y Engels" por um
espanhol, e assim por diante.
Infelizmente, caro leitor e amigo, vamos continuar a
chamá-lo pifiamente de "e comercial". Quanto ao fato de alguns
chama-lo de et cetera francês, em razão de uns manuscritos medievais e em obras
editadas antes do século XIX, o & podia aparecer combinado com a letra C,
como forma equivalente à nossa abreviatura atual etc. (&c). A prática foi
abandonada, mas, por causa disso, em certos meios ainda se acredita que o nome
do & seria "et cetera". Entretanto, alguns estudiosos afirmam ser
essa nominação fantasiosa. Porém, eu bem sei, que no mundo da língua e mais
precisamente, nos meandros da linguística, semântica e semiótica — ciências que
estudam os signos, os significados e significantes da oralidade (sons da fala)
— em sincronia com os gráficos (signos, símbolos e letras) sabe-se que toda
palavra surge a partir da associação de ideias, da imaginação, ou seja: da
fantasia. Mas nem tudo são decepções neste pequeno artigo: como deves ter
notado, caro leitor, os símbolos aqui tratados evoluíram e se solidificaram e
hoje, consolidados, são peças, digamos assim, já estampadas pelo Houaiss, pelo
Aurélio e pelo Caldas Aulete, as atuais estrelas de nossa lexicografia.
Texto e Ilustração: Epitácio Filho
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